Era uma vez o mar do esquecimento, irreal e amedrontador, o maior inimigo do ego humano, sempre à espreita em nossas mentes imperfeitas, como uma mancha no dia-a-dia.
Era uma vez o senso de propósito, o Titanic contra o mar do esquecimento, nos lançamos à essa viagem, até percebermos que esse navio há muito afundou. — "Nem Deus afunda o Titanic." — Mas Ele afundou.
Era uma vez Deus, o tudo e o nada, a ordem no caos. Não nos lançamos à essa viagem, complexa demais para mentes imperfeitas.
Era uma vez um marquês que gostava de política, filosofia e de escrever sacanagens. Gozava com o sofrimento alheio, quanto mais melhor, diziam. A nós, presentou um conceito, escrachado ou sutil, mas sempre presente em algum nível.
Era uma vez uma fé no tudo e no nada, num poder consciente, humana à nossa imagem e imperfeição. Um poder que tudo vê, bondoso por definição, a última esperança.
Era uma vez a ausência, consciente e poderosa, sabia de tudo o que acontecia, e nada fazia. Sádica por definição, a última maldição.
Mas ele cria: Ele cria.
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