Lembro quando fui garoto
solitário, caçava discos voadores
atento ao horizonte, absorto
juro que vi pousarem vários, em cores
Lembro quando cresci adulto
solitário em empafiante ilusão
cego ao redor, séquito de um culto
não (ou)via mais discos, sem coração
Lembro quando despertei menino
solitário e lúcido, "pelo fim do capital"
e da vida exigi sentido, cretino
nem tão lúcido assim, afinal
Lembro quando desisti das dores
solitário em eterna observação
voltei a caçar discos, nas flores
e só repito "nunca me deixes, Solidão"
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