terça-feira, 11 de outubro de 2022

Canção ao vento

Lembro quando fui garoto

solitário, caçava discos voadores

atento ao horizonte, absorto

juro que vi pousarem vários, em cores


Lembro quando cresci adulto

solitário em empafiante ilusão

cego ao redor, séquito de um culto

não (ou)via mais discos, sem coração


Lembro quando despertei menino

solitário e lúcido, "pelo fim do capital"

e da vida exigi sentido, cretino

nem tão lúcido assim, afinal


Lembro quando desisti das dores

solitário em eterna observação 

voltei a caçar discos, nas flores

e só repito "nunca me deixes, Solidão"




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