Perdido, passeio insistentemente em teus jardins
Sem vislumbre algum do além, ou mesmo do acaso
Perdido, entre as brumas esqueço onde fica o fim
Sem propósito, circulo sem saber o porquê de seu atraso
O ar, pesado, sufoca como uma mão que esgana
Os campos verdejantes, vibrantes, já se perderam na eterna espera
A brisa fresca da noite ainda é boa, como a palavra que engana
Cadê você? Que nos prometeu a primavera
Tudo segue morto na sua ausência, inverno infinito
Pois que você vá à merda se espera minha compaixão
Prefere observar distante às mortes, aos gritos que ecoam "mitos"
Talvez você não passe de um voyeur sádico afinal
Então eu não quero mais saber de nada, não
Me desligo, infelizmente ainda prisioneiro em teu quintal
Nenhum comentário:
Postar um comentário