sábado, 4 de setembro de 2021

Um soneto no inferno

Não posso mais falar

Fui banido do paraíso

Barrado com um angelical sorriso

Antes mesmo de o poder vislumbrar


Aqui no bar, Samael me serve uma dose

Compartilhamos a ânsia pelo desapropriado

Agora, me perdoe se eu soar indelicado

Somos só palhaços esperando a apoteose


Já que nada nos proíbe de pelo menos sentir

Sonhamos e sentimos, calados

Egoístas em pensamento, esperando o céu se abrir


Rebeldes, solitários e insubordinados

Gritamos em sentimento a vontade de permitir

Que todos um dia amem sem resguardo


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