quinta-feira, 3 de maio de 2018

Filho do Diabo

Sabe quando a vida traz à sua porta a oportunidade de você resolver um grande problema antigo?
Duas vezes.
Sabe quando você chega cansado do serviço e não quer mais nada além de só espairecer a mente?
Todas as vezes.
Essa é a sensação que tenho quando você aparece sem avisar na porta da minha casa, num dia útil.
Eu estou cansado demais pra resolver você.
Covarde que é...
Você não resolveu seus problemas enquanto você podia, enquanto eu precisava.
Você nunca vem aqui sozinho.
Covarde que continua sendo...
Covarde que sou, eu deveria estar falando tudo isso na sua cara, mas não estou.
Talvez eu seja mesmo até mais covarde que você, mas só nesse assunto.
Ou eu só esteja cansado.
Ou de saco cheio.
Ou eu não tenha a obrigação de resolver um problema que eu não criei.
Ou as quatro coisas de uma vez.
Então eu tenho que mentir, inventar números e histórias.
Por não querer resolver um problema que nem é minha culpa, por alguns momentos me torno essa pessoa pior, e ainda me culpo tolamente por isso.
Mas o importante é que os números não importam nessa vida.
Eu me importo mesmo é com o que sinto na alma.
Toda vez que você vem aqui, você rouba um pouco da minha paz de espírito.
Ela definitivamente não foi fácil pra eu conseguir de volta.
Isso não é legal.
Então pare de me roubar, siga teu rumo, vá ser feliz longe de mim.
Quando um dia eu tive a ilusão de sentir sua falta, você não estava lá.
Se agora sua consciência pesou, a minha está liberta.

Maldito.


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