quinta-feira, 11 de maio de 2017

Acht Städten

Tu és aquela brisa que vem perto das onze e poucos da noite
Inesperada lambida fria no rosto perto da janela
És a lágrima que percorre os canais de meus olhos
Quando choro porque lembro de como me esqueci
Fugi de mim como quem foge de outrem
E assim, fugi de ti...

Mas o mundo é um moinho, amor
Pronto a girar sem nos tirar do lugar
Sempre a reduzir as ilusões a pó
De tempos em tempos me reencontro e me revejo
Com a mesma face que fez com que me perdesse de mim

A cada reencontro, tu segues aqui dentro
Presente em cada bombear deste gordo coração
E tu percorres meu corpo nesse sangue cíclico
Passeias pelo carrocel de minhas veias, irrequieta e incontida
Povoas meus pensamentos, compartilhas minha alma

Tu, que és boa causa de quem sou: nunca deixes de sorrir ao me reencontrar
Sempre diferentemente iguais, estaremos atados por cordas antigas demais,
Mas validados pela certeza inexplicável que ecoa deste ciclo:
"Eu temo, pois eu te amo"

por Izaque Valeze


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