Dum tempo pra cá, tenho andado só
Mais um caminhante aleatório por ruas tortuosas
Eu não procurava nada, confesso
Já estava conformado em me perder no mapa
Mas, feito o Sol, teu brilho aquece e nunca se vai
Foi só olhar pra cima e vi
Nesse mundo prestes a explodir em bombas
Teu semblante arrasador, nuclear
Irradiava energia e pedia afago
Ao mesmo tempo, me continha e era contida
Meu coração explodiu
Meu corpo entrou em guerra
"De novo não!" - Dizia o comandante
Como obedecer uma ordem dessas?
Meus nervos tremiam feito bateria de metralhadora
Tiros surdos de porta-aviões eram as batidas do coração
O zumbido de um avião bombardeiro percorreu a espinha
Mesmo assim eu neguei
Tentei cumprir a ordem do comandante,
Mas meu espírito livre clamava por desobediência
E eu que nunca tive jeito para militar, me rendi
Agora minha soberania é tua
Leve o que quiser, só não me deixe aqui
por Izaque Valeze
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